Arquivos Perdidos

O blog pessoal do Pedro Gabriel sobre RPG

Boletim da Resistência #1

Salve! A nova coluna do Arquivos Perdidos, o Boletim da Resistência traz a vocês, caros leitores, notícias fresquinhas da Guerra de Alexa, enviadas por correspondentes corajosos e intrépidos a ponto de embrenharem-se no meio das Terras Paragônicas assoladas pelo conflito e infestadas de aberrações esverdeadas de um só olho. A reportagem especial desta primeira edição é de autoria de um velho amigo, o jornalista Arthur Harvey.

From: Arthur Harvey (arthurharvey.journalist@gmail.com)
To: Pedro Gabriel (peufisbach@gmail.com)
Subject: Alexa Wars — First Report

(Nota: o texto a seguir foi traduzido e desencriptado por mim. Podem haver erros, portanto não se acanhem em me avisar sobre eles.)

Caro Pedro,

Espero que esteja bem. As notícias por aqui não são nada animadoras. A devastação tomou conta do antigo território Paragônico, nenhum dos quatro grandes feudos escapou das consequências da guerra, assim como os diversos territórios menores entre eles. Envio a ti esta mensagem das ruínas de um templo religioso no feudo de Shingridaoh, após a passagem da marcha de um verdadeiro pelotão de alienígenas, com o objetivo de reprimir a fé local e impor uma nova crença, baseada em uma mente coletiva e a submissão a uma meritocracia ditatorial hierárquica, centrada na dominação dos invasores — ou pelo menos foi o que pude compreender com aquele protótipo de tradutor ALX que conseguiste pra mim.

Procurei confirmar as notícias que enviaste a mim, antes de minha partida. (N. do T.: trata-se: tanto da bravata do Ranger Macabro, que ainda alega controlar os ALX e deixou escapar uma possível existência de um robô gigante entre os seres de Alexa; quanto do relatório enviado pelo OrieRanger sobre a existência de aliens-zumbis.) Os alienígenas desmortos descritos no segundo relatório marcharam recentemente sobre a porção sul do reino, onde localizavam-se as terras do quarto Cavaleiro Paragônico, Anjo Negro, assim como a pequena miríade de cidades-estado fundadas pelos colaboradores do quarteto. Tudo foi destruído, as águas dos rios, lagos e da costa marítima foram contaminados, as terras foram salgadas e restaram apenas escombros das construções, principalmente do chamado Castelo da Adrenalina. Porém, pude observar também que os alienígenas zumbificados estão cada vez mais desobedecendo a seus mestres vivos, e deixando-se entregar cada vez mais ao instinto da fome, chegando a atacar seus próprios ex-companheiros, contaminando-os no processo com sua estranha epidemia.

Já o construto gigante que citaste no primeiro relatório venceu, após um terrível embate, uma ordem de jovens cavaleiros dedicados a Parahybus, o inclemente Deus-Sol que é a principal divindade do feudo de Daarmnos. Mesmo para guerreiros que ainda não haviam sido consagrados pela igreja local, eles defenderam a fortaleza sede do culto religioso com tenacidade — mas não resistiram ao último golpe da máquina, que arrasou a construção, as terras em volta e uma cidade próxima, que inclusive contava com um badalado Museu de Arte Digital, com muitas obras do senhor feudal. Pelo menos uma boa notícia: o golpe arrasador do chamado Alexzord também afetou a si próprio, quase destruindo-o — e após uma rápida incursão ao acampamento local, pude constatar que o robô no momento está sob reparos, mas ainda gravemente avariado e não deve voltar à atividade tão cedo.

Enquanto a região central, lar dos escombros da Fortaleza Paragônica, que foi rapidamente reconstruída sob os moldes ALX e tornada quartel-general dos aliens, encontra-se fortemente vigiada, passei aos terrenos mais geograficamente acidentados do reino: o feudo nortista de Promp, onde se encontram as lendárias Montanhas Paragônicas. Uma excelente notícia posso garantir-te: apesar da forte vigilância nas planícies entre o QG dos aliens e as Montanhas, praticamente não há invasores nas próprias elevações, por alguma razão ainda por mim desconhecida. E desde já adianto que não encontrei a Fortaleza Secreta da Resistência Paragônica, o que deve ser uma boa notícia uma vez que, a despeito de todos os cuidados que tomei, suspeito ter sido seguido e vigiado.

Encerro por aqui minha missiva, caro amigo; espero que faça bom uso das informações que te envio, e divulgue a todos as terríveis proporções que as terras Paragônicas e seus habitantes vêm sofrendo nas antenas dessas horrorosas aberrações ciclópicas e esverdeadas. Adiantarei-me a investigar alguns recentes boatos que escutei nessa minha longa e pensosa estada: uma provável localização de uma das prisões para os moradores capturados, uma posível brecha na segurança do QG dos aliens, e até mesmo rumores sobre uma expansão das atividades ALX para outras terras: dizem que o Baronato de Shoah, que sabe-se ser palco de uma guerra oriunda de um golpe de estado, fora alvo de uma nova frota de naves alexianas!

Despeço-me com um abraço e os mais sinceros votos de paz, tanto para as terras Paragônicas quanto para a Globosfera em geral.

Do seu amigo,

Arthur Harley

Agradeço-lhe imensamente Arthur, pela sua coragem e ousadia em trazer notícias, tanto as boas quanto as alarmantes. Farei um resumo, injusto à narrativa do Harvey, mas necessário, do que pode ser confirmado sobre os recentes acontecimentos da guerra: os feudos continuam sendo devastados pelos alienígenas; a epidemia que transforma os aliens em zumbis está saindo do controle dos ALX; o robô gigante dos invasores está seriamente avariado e fora de ação por enquanto; os aliens não sobem as Montanhas Paragônicas por algum motivo; a fortaleza secreta ainda não foi localizada. Porém, entre os rumores citados pelo meu amigo, nada me assustou mais do que a possibilidade de invasão do Baronato de Shoah, que já sofre com um conflito entre o Quinto Império e os Legisladores.

Arthur Harvey prometeu investigar mais sobre o desenrolar da invasão alexiana, então é de se esperar que no futuro haja uma nova edição do Boletim da Resistência! Infelizmente não há previsão de quando isso acontecerá, uma vez que o nosso correspondente enfrentou problemas para enviar-me sua carta — nos computadores da base dos Defensores, pude constatar que três programas interceptadores tentaram rastrear e bloquear a chegada deste e-mail; eliminei-os logo, mas quem sabe a que trechos eles tiveram acesso, e que providências os aliens podem tomar?

10/03/2010 - Posted by | Boletim da Resistência, Jabaculê, Pronunciamentos, RPG | , , , , , , , ,

4 Comentários »

  1. Esse defeito de fabricação que reverte a poderosa e irresistível Uruca Inominável contra mim mesmo é algo que preciso rever na próxima revisão dos 60 bilhões de quilômetros do Alexzord…

    Comentário por Ranger Macabro | 10/03/2010 | Responder

    • Hmmm… não precisa, não! =D

      Só se você adquirir mais uns Códigos de Honra… XD

      Comentário por pedrogsena | 10/03/2010 | Responder

  2. […] As Igrejas de Parahybus, do feudo de Daarmnos, e de Meshingah, do feudo de Abaentaw, decidiram unir-se contra a campanha controladora de mentes dos alienígenas, que pretende conseguir mais escravos zumbificados para fomentar a invasão. As poucas companhias de cruzados organizadas até o momento têm sido bem sucedidas em libertar o povo da opressão ALX, inclusive salvando todos os prisioneiros de uma torre-prisão localizada em terras ermas na fronteira dos dois feudos. Essa prisão, inclusive, é a que Arthur havia citado como boato em sua primeira missiva. […]

    Pingback por Boletim da Resistência #2 « Arquivos Perdidos | 17/03/2010 | Responder

  3. […] Dica de matéria: Boletim da Resistência #1 […]

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